As pessoas tem cheiros diferentes. Isso depende do sabonete que elas usam, do perfume velho que algumas senhoras insistem em achar válido, do desodorante em barra que os atletas usam. Mas o cheiro não fica apenas restrito a cosméticos/supérfluos que as pessoas utilizam - a própria pessoa tem seu cheiro particular. E é aí onde vive todo o mistério. De onde vem o cheiro?
Decididamente, muita das coisas que sentimentos como boas ou ruins vem de nosso acúmulo cultural - seja ele vivência familiar ou em uma comunidade com interesses em comum. O conceito do bom e do ruim não tem regras matemáticas e, nesse caso, é realmente muito subjetivo. É impossível se pensar cartesianamente em gosto. E o cheiro que é bom para uns é ruim para outros - mas, independente disso, o odor marca.
Sempre que pensamos no sabor de algo comestível, pensamos sim no cheiro e não no gosto propriamente dito - mesmo porque nossa língua é muito limitada discernindo sabores. O cheiro povoa nossas cabeças e nos deixa tontos, embriagados, ainda que sóbrios em nossa consciência.
Cheirem tudo. E fiquem como eu. Com um cheiro na cabeça. Que volta e meia dá-me lembranças ótimas mas sempre com um gosto incerto e amargo na boca. E não estou falando do cheiro de meus cigarros. Ou estou.
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