13.11.03

Acabei de tirar minhas meias. Estou em casa, com calor e cansado. Meu ar condicionado está com o filtro podre de sujeira e eu acho melhor não ligá-lo pois não quero contrair nenhuma doença pulmonar. Logo, fico suando. Fico com calor. E os líquidos que saem de meu corpo não me deixar relaxar. Parece que estou melado o tempo inteiro, que tudo está sujo, que a poeira fica sempre no ar. Estou ouvindo The Sea and Cake e esse som está me pedindo um mergulho numa piscina gelada, ao lado de um coquetel gelado de frutas - alcoólico, de preferência. As músicas também me pedem para que eu fique mais um pouquinho com calor, pois ela é quente. Soa-me como um jazzista fusion num banquinho de praia a contemplar o mar e o calor. Mas ainda assim, existe a sujeira inerente ao calor. E o calor suja o corpo e o corpo não mais reage como corpo. Fica mole, molenga, como uma gelatina a derreter num forno de microondas constantemente ligado na potência máxima. E o Rio de Janeiro vive a fritar os pés das pessoas nos asfaltos com o calor e vive a nos tirar a alma com seus pagodes e chopinhos gelados característicos.

Tudo isso apenas para dizer: eu odeio morar nos trópicos.

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