2.7.04

Hoje, pensei num roteiro para um filme.

Não seria grande coisa. Quase não teria falas, seria regado a sons bons, e teria uma história, confesso, pra lá de depressiva. Algo que fizesse as pessoas pensarem. Tenho medo de que soe clichê, pois sei que isso já foi feito antes. O que me consola é que nunca foi feito da minha maneira de ver as coisas. Além disso, acho que um filme feito por mim seria apenas um capricho, uma tentativa de aprender (mais uma coisa) sozinho. Eu e minha eterna presunção de ser artista, mesmo sabendo que muitas vezes posso parecer infantil, precipitado e... raso.

Não que eu tenha medo de que o filme que montei com carinho na minha cabeça seja superficial. Tenho receios, sim, de que seja uma empreitada infeliz. E não valerá a pena gastar dinheiro com algo que talvez não me satisfaça. Porque as coisas nunca sairiam da maneira que quero, pois eu dependeria de outras pessoas, desde atores até camera-mans. E eu precisaria de um mínimo de conhecimento cinematográfico - embora a idéia de fazer algo totalmente do zero, sem conhecimento algum, me apele muito. Vai que eu consigo fazer uma obra prima baseada no meu bom gosto? Seria muito bacana.

Bacana mesmo, também, ficaria a cena do encontro da protagonista (sim, a personagem principal seria uma garota nos seus 20, 21 anos) numa casa noturna com o antagonista - e causador das desaventuras que viriam a acontecer com a menina. Eu já pensei em tudo, na luz vermelha, nas roupas, na fumaça, nos raios amarelos, na música do my bloody valentine, no rapaz falando que gostou dos sapatos dela, na música do bright eyes, no vazio do dia seguinte...

hmmmmmm....

Do rapaz em casa, colocando death cab for cutie, pensando que ela é linda, mas não significa nada para ele. Na desperança, no cinza, nos cigarros europeus, na sinfonia de miséria e gozo.

Eu não consigo desassociar imagens a sons e vice-versa.

Será que vale a pena chamar uns amigos e fazer um filme amador? Eu poderia escrever esse roteiro em um dia, como algo que sairia de súbito da minha cabeça, como algo que sempre esteve guardado aqui dentro e que conserva uma beleza da maneira como vejo beleza. E é uma visão bem pessoal, porque o cinza é lindo, o preto e branco é emotivo e surpreendente e as texturas coloridas são sempre estranhas.

Okay. Preciso parar de divagar. Mas é que a idéia é tão boa que me dá nos nervos! Eu falando de cinema, de querer fazer um filme, realmente deve soar estranho. Eu que nunca realmente liguei para cinema. Mas as vezes é legal entrar em assuntos assim, estranhos. Por mais que saibamos alguma coisa, as pessoas acham que somos leigos totais e isso pode ser proveitoso.

Bah, já chega.

Ah. DEATH CAB FOR CUTIE. Como uma banda me faz chorar tanto?

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